top of page
menu-2925825_1920.png

Por trás dos controles...

Apesar de que financeiramente falando o mundo dos games é incrivelmente atrativo, entrar nesse universo é um pouco mais difícil para as mulheres. Seja no quesito profissional (seja dentro das empresas que desenvolvem jogos, como atletas de E-sports ou, mais atualmente, como streamers) ou apenas para relaxar, a presença feminina nos jogos digitais sempre gerou desconforto por parte do público masculino. Para falar de todo o preconceito e assédio que as mulheres sofrem online, temos que olhar para o que a nossa sociedade define como “coisa de menino” e “coisa de menina”, não estamos acostumados a mulheres pedindo como presente ou ganhando, videogames, computadores ou celulares voltados para jogos. Historicamente falando, os homens que ganham (ou compram) esses tipos de produtos, para as meninas restam as bonecas, os kits de cozinha, objetos e brinquedos que remetem às atividades ditas “femininas”. 

 

​

"

Quem ousa desafiar essa lógica sofre com o julgamento, a exclusão, o estranhamento e até a violência.

Psicóloga Priscila Sanches Nery. Foto: Arquivo Pessoal

A psicóloga Priscila Sanches Nery, que tem formação em Saúde Mental, Gênero e Sexualidade pelo Instituto NOSTRUM, explica que colocar as coisas em caixa delimitadoras “de menino” e “de menina” é um reflexo de uma sociedade patriarcal. Símbolos como o futebol, a cerveja, o videogame, os carros são representativos da virilidade, agressividade, coragem e racionalidade masculinas. Quando olhamos para o feminino, pensamos em figuras frágeis, dóceis, comportadas, submissas, e compassivas, onde na cultura o salão de beleza, a maquiagem, a bolsa, o salto alto são signos ligados à elas. “Quem ousa desafiar essa lógica sofre com o julgamento, a exclusão, o estranhamento e até a violência.”, diz a psicóloga. 

​

Ainda que as mulheres tenham acesso a algum tipo de plataforma, pouco lhes restam de tempo livre para jogar uma vez que as “tarefas do lar” quase sempre recaem sobre este gênero. Imagine um caso em que numa mesma casa existem um casal de irmãos, muito provavelmente enquanto o menino está jogando ou se dedicando a algum outro tipo de atividade, a menina está aprendendo a “cuidar da casa”, sobrando-lhe pouco tempo para se dedicar aos jogos.

© 2020 by Diuly Moreira e Gabriel Chaves. 

bottom of page